domingo, 27 de fevereiro de 2011

"Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração.."

Como uma música nos leva tão longe...
Assistindo o Caldeirão do Huck, ouvi Canção da América, do Milton Nascimento e, quase que, automaticamente lembrei de pessoas e momentos marcantes que vale a pena repartir.
A primeira lembrança boa que tenho de uma amiga é da minha prima Izabella. Nossa diferença era de quase três anos, mas a venerava. Minha infância não teria a mesma graça sem a molecagem dela. O mais legal não era brincar de boneca , mas de se esconder dos nossos pais ou de escorregar na cozinha ensaboada da nossa avó. Ela era linda, e seu falecimento marcou a vida de todos.
Depois veio a Luba que conheci quando tinha uns nove anos. Ficávamos a madrugada toda ouvindo música, escrevendo na agenda e conversando. Nesse meio tempo, me aproximei da Letícia, a Mariel e a Piá. As duas eram minhas confidentes com quem dividi muitos momentos, e com a Piá a conversa era mais por cartas devido as constantes mudanças de cidade. Quem diria que anos depois ela viria morar comigo em São Paulo e participar de outro momento da minha vida  não é mesmo Piazintia?! 
Já minha adolescência foi marcada pela Stella. Cara, ela tinha a capacidade de fazer um dramalhão de uma situação boba e tirar sarro das mais sérias. Com uma inteligência admirável e um azar absurdo, todas as situações embaraçosas que se possa imaginar já vivi ao lado dela, todas mesmo! Era impressionante o quanto nos fazíamos bem! O primeiro porre, carnaval, nosso momento Legião, a Festa das Solteiras, frases como: "Você tem remédio para azar?"  que rolávamos de tanto rir e tantas outras inesquecíveis. A correria nos afastou um pouco, mas o carinho não diminuiu um milésimo que seja. E vimos que os momentos idiotas também não acabaram, o exemplo foi a visita surpresa no meu aniviversário em que a  Helena puxou o cabelo dela  arrancando o mega hair. Rimos tanto que pensei que faria xixi na calça como antigamente.
Nos tempos de colégio também vieram a Paulinha e a Matosinho com que fazia balé. Nós três juntas só falava merda! Era piada atrás de piada. Tenho certeza que a Paulinha tem uma história comigo que ela jamais esquecerá que foi o bendito dia em que eu saí de plataforma e caí não sei quantas vezes. O mico maior foi o tombo no meio da faixa de pedestre, que ela ao invés de ajudar, sai chorando de tanto rir.
Com a Matosinho lembro das aulas de balé, as caretas e passos errados que fazíamos. Tudo era motivo de risada, e até hoje é assim!
Na faculdade sem dúvida fiz vááárias amizades, mas nada que se comparasse a da Lú. No início, relevava o insuportável e oscilante humor dela, mas depois que falei umas poucas e boas, o respeito cresceu e a amizade tomou uma forma absurda. Daí em diante a tratava como minha irmã mais nova (mesmo sendo quase dois meses mais velha que eu). Essa me deu trabalho! Bebia e causava, causava mesmo! Quando imaginei que já tinha visto tudo da Luciana, a vejo de blusão, meia e óculos escuros (segundo ela porque estava com cara de bêbada) dentro do quarto de hotel no Rio de Janeiro falando que eu e a Dani a deixaríamos lá para sair. Ela chamava minha mãe de mãe, minha avó de vó e assim, sucessivamente. Dias antes de eu ir para São Paulo, chorávamos juntas, mas mesmo assim, ela ainda foi algumas vezes na minha casa para o típico almoço de domingo da minha família.
Depois da facul, quase que na mesma época vieram o Ângelo, a Rea e a Renata. Inserindo a Lu nessa bagunça, fazíamos um quarteto imbatível. Cada um pensava completamente diferente do outro, e mesmo assim dava certo! Vivemos inúmeras histórias que contarei para meus filhos e netos. Começo pelo Ângelo, que é um ser incomum  e quem tem a sorte de conhecê-lo tem uma amigo pro resto da vida. Passamos noites conversando e analisando os pontos masculinos e femininos. Com ele, fui de pantufa fazer a revisão do carro e tive minha primeira aula de direção. A Rea é uma pessoa indescritível! Vivi tantos momentos com ela...entrei em um terminal de ônibus na madrugada porque ela simplesmente "não viu", saí de um barzinho para ajudá-la com a mãe e demos voltas procurando o que fazer. Ela é o tipo de pessoas que merece ser feliz pelo que viveu e pelo que é! Já a Rê era a minha serenidade. Sempre calma e guiada pelo coração sempre! Aprendi a ser menos racional e mais tranquila com ela. Sem dúvida é a pessoa mais doce que já vi. Quando fui pra São Paulo, vivíamos completamente grudados e a saudade desses quatro me fazia quase que voltar..
E em São Paulo tive a Karina. Lembro do primeiro dia em que a conheci. Estava na aula de inglês e de repente entra uma menina com a calça baixa, um blusa que mais parecia um top com cara de balada e falando:
-Oi, sou a Karina de São Berrrrnarrrdo. Eu já dei paz de Cristo pro Lula sabia?!
Na mesma hora pensei quem era aquela imbecil. E olha que é difícil eu ter birra de alguém. Odiei a Karina.Meus Deus, a menina tinha 19 anos e era daquele jeito! Incoveniente, funkeira, maloqueira....aff! Mas com aquelas histórias de balada e sua completa falta de noção me conquistou! Ficamos tão amigas que um dia inconformada com o que ela estava passando falei para pegar suas as coisas e vir morar com a gente na República. Seus excessos de carência por saudade da família me fez agir como uma mãe.Karina conviveu no momento mais louco da minha vida e esteve ao meu lado quando muitos que se diziam "amigos" me viraram as costas.
Enquanto ouvia a música lembrei de todos esses momentos, e senti uma saudade que chegou a doer de cada uma dessas pessoas. Alguns não falo há bastante tempo,mas  podem ter certeza que aonde eu for, levarei cada um de vocês comigo!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Nossa Helena...

Com quase dez meses, Helena está cada dia mais falante, com quatro dentinhos e arriscando alguns passinhos sem apoiar em nada. Corajosa, desde que ganhou seu chiqueirinho de Joaninha, ela anda em volta apoiando nas laterais. Uns dias atrás, testou cada espaço: apoiou nas redes com a mão, o rosto e os pés, sentou e ficou pulando, levantou sem apoiar em nada, caiu e levantou. Explorou cada pedacinho daquele lugar, que hoje já domina com maestria.
Com uma carinha de pidona, passa as tardes brincando e conversando com a TV e até com ela mesma! Ri, brinca e chora sozinha. Muitas vezes a observo de longe e sinto um orgulho por saber que consegui cuidar dela. Se deixar, passa a tarde toda brincando. De vez em quado dá uma reclamada, mas nada que um colinho ou uma sonequinha não resolva.
Sua conversas sem fim incluem algumas palavras que ensinamos como nenêm, mamãe, papai e não; outras ela aprendeu sozinha.Toda vez que a olho, lembro do parto e sinto uma felicidade indescritível! Essa molequinha saiu de dentro de mim, e isso me deixa orgulhosa!
Helena, hoje, é a alegria da casa e das nossas vidas!

Às vezes o que parece loucura dá certo!

Ando meio sem tempo porque nossa vida mudou completamente nos últimos dois meses. Viemos passar o Reveillon com a minha mãe e acabamos nos mudando para cá. E, desde então, só coisas boas nos acontece...Fá arrumou emprego em tempo recorde, achamos uma creche excelente com um preço acessível para Helena (missão quase que impossível nos dias de hoje), após o Carnaval, farei algumas entrevistas (comprovado que o Brasil só funciona mesmo após o Carnaval), encontramos um apê muitoo gostoso para a gente e finalmente conseguimos a mudança com um preço legal!
Tudo vem se encaixando de uma forma que chega a ser assustadora! Não podemos nem falar que ralamos para ver tal coisa ou outra porque é mentira! Tudo surgiu de uma forma espantosa!
E com o apartamento escolhido, vem a parte mais chata e maravilhosa ao mesmo tempo:  faxina e  pintura!
Devido à isso, tudo anda mais corrido. Helena com seu chiqueirinho de Joaninha não sossega. Caminha apoiando nele de um lado para o outro e até arrisca alguns passinhos sozinha. O Fábio e meu irmão também ajudam quando chegam do trabalho e da faculdade, já minha mãe coitada nem que ela quisesse, pois sai às 7 e chega lá pelas  22hs, mas conto com ela para mil e outras coisas!
O que importa é que tudo está dando certo! Semana que vem nossa mudança chega e começamos a deixar aquele lugar vazio com a nossa cara.
Todos os dias antes de dormir, eu, o Fá  e a Helena vamos ver nosso canto planejando onde ficarão os móveis e sonhando com os momentos que viveremos ali. Na sacada, olhamos a vista e temos a certeza que os perrengues que passamos valeram a pena pelas conquistas que vieram!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ele me completa!

Já citei esse exemplo um milhão de vezes para um milhão de pessoas. Sabe quando a gente sonha com aquele amor de novela e aquele encontro de cinema? Foi exatamente isso que eu vivi!
Eu conheci o Fábio com 18 anos em Campo Grande por uma colega em comum. Em pouquíssimos dias fiquei completamente apaixonada por aquele cara dez anos mais velho do que eu! Tivemos uma história muito legal e um pouco complicada também. Ele trabalhava muito, não tinha tempo nem ânimo pra sair, eu tinha acabado de entrar na faculdade e minha família não nos apoiava por vários fatores...resumo da ópera: depois de um ano e pouco nos separamos.
Ele morou mais seis meses em Campo Grande. Nos vimos umas duas vezes depois do término e assumo que tremia. Um tempo depois, meu celular toca.
-Má, tô indo embora pra São Paulo daqui uma semana. Vou te fazer uma proposta que eu nunca fiz pra ninguém. Vem comigo. Vamos morar juntos. Quero ficar com você.
Imagina você ouvir isso do primeiro cara (e único) que você realmente amou...é desesperador! É tudo que você quer ouvir, mas..
-Você tá louco?! Tô no início da minha faculdade, tenho minha vida aqui, não vai rolar...
Desliguei chorando e me sentindo uma babaca por ter feito isso. Eu não tinha a menor vocação pra passar a razão em cima de sentimento, e querendo ou não meus estudos vinham em primeiro lugar!
Ele foi embora, e no decorrer daquele ano ainda nos falamos até perdermos contato.
Dali segui minha vida: fiz a faculdade, conheci outras pessoas, viajei com amigos....aproveitei minha vida.
Quando fui pra São Paulo, tentei encontrá-lo, mas também não insiti. Pensava que ele já poderia estar casado, gordo, barrigudo, careca...sei lá! Tinha medo da minha emoção passar por cima da razão, e isso, nunca gostei!
Até que numa terça-feira sai do trabalho mais cedo e voltava pra casa feliz em saber que poderia aproveitar aquela noite, já que era a única em que eu não tinha aula. Quando descia do mterô, peguei meu celular na bolsa e trombei com uma mulher. Ela toda apressada pediu mil desculpas e foi embora. Catei o que tinha caído e levantei para passar a catraca. Quando olho, fiquei sem ação. Será que é ele?! Corri e gritei:
-Fábio!
Droga, esses malditos MP3...Corri mais um pouco até alcançá-lo. Bati no braço dele e falei novamente:
-Fábio.
Meu Deus, era ele! Mil sentimentos voltaram e minha cabeça girava! Quando ele se tocou que era eu também teve a mesma reação, e no fim choramos!
Dali em diante, estamos juntos!
Como todo início de um relacionamento, tivemos nossas crises, afinal tinham se passado cinco anos e muita coisa tinha mudado na gente, mas superamos!
Mesmo eu o odiando por adorar me irritar, eu o amo! Amo saber que a Helena tem o pé igual ao dele! Amo ver o amor, a paciência e a dedicação que ele tem com ela. Amo por me fazer rir das piadas e brincadeiras mais sem graça do mundo. Amo por me elogiar nos dias em que me sinto tão feia, e o amo por me fazer feliz!
Problemas e desentendimentos é normal, mas ter a certeza que você achou um cara que te completa e que te ama exatamente do jeito que você é, é divino!

Essa mudança vai dar trabalho!

Ando a mil por hora!
Helena saiu da creche porque resolvemos ficar em Vila Velha! Então, volto pra São Paulo, desmonto móveis, embalo roupas e crio coragem pra jogar o que devia há muito tempo. E esse é o ponto: com tantas mudanças de casa e até cidade na minha vida, aprendi a não me apegar tanto as coisas e a sofrer menos com a ausência das pessoas. Às vezes me pergunto se fiquei mais prática ou menos sensível. Por mim, vendíamos algumas coisas, jogava fora outras e só traria o necessário, mas para o Fá as coisas não são tão fáceis assim. Em alguns aspectos, somos muito parecidos, uma delas é viajar, mudar de casa, cidade com facilidade (somos sagitarianos né?!), mas por outro, ele é apegado as pequenas coisas.
Essa semana, estávamos decidindo que rumo nossa vida tomaria, e eu dei minha opinião:
-Fá, porque não vemos se a gente consegue vender algumas coisas e trazer só o necessário. Por exemplo, o sofá e a geladeira nem vale a pena. Um fogão é barato também. Acho que a mudança sairia muito mais em conta.
Vi que ele ficou pensativo e meio em choque com o que eu disse. Saberia que essa batalha vai ser longa e muuuiitoo complicada. Mais tarde, disse:
-Má, vou ver se desmontamos as coisas e deixamos em algum lugar. A gente não pode se desfazer. Tudo tem uma história, uma conquista. Por exemplo, os meus viveiros. (Ele ama passarinho e tem um trambolhos enormes que chama de viveiro e que nunca usou).
-Pelo amor de Deus amor como traremos aquilo?! Vende e você compra aqui. É muito mais fácil. Não falo de vender tudo, mas o que não vale a pena como os viveiros, vende e compra aqui. Compensa mais. É hora de se desfazer dos entulhos (ele tem muiiito!) porque ai dá pra pegar uma transportadora menor e até mudança de aproveitamento que sai em conta, por isso pensei de ir no fim do mês pra lá, desmontar os móveis, vender o que não vale a pena, fechar a casa e entregá-la para a imobiliária porque esse dinheiro do aluguel economizamos.
Mais uma vez um silêncio. Uma hora depois
-Má, acho melhor irmos juntos pra eu te ajudar, até porque tem a Helena e ela tá cada dia mais impossível, então vamos ver certinho porque eu vou.
-Cara, porque você é tão apegado a coisicas?! Justo você que já morou em um milhão de lugares, viajou quase que o Brasil todo, morou em Portugal...não entendo!
-É, mas todas essas vezes em que fiz isso, minhas coisas ficaram na casa da minha mãe. E dessa vez, é diferente.
-Tudo bem amor, MAS nós vamos se desfazer de algumas coisas ok?
-Ahan...
-Fábio, é sério.
-Tá bom!

Fim dessa história?! Com certeza terei uma dor de cabeça daquelas!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

"Longe de casa há mais de uma semana"

Pra ser bem sincera nem sei mais onde é minha casa! rsrs.
A primeira vaga lembrança que tenho é de um apartamento com carpetes, um corredor e uma cozinha com azulejos bege, se não me engano. Essas poucas lembranças são do apartamento no Rio de Janeiro onde nasci e fiquei até os cinco anos. Em 1989, fomos para Campo Grande, Mato Grosso do Sul onde morei quase vinte anos e em nove casas diferentes! Com meus pais casados me lembro de duas. Depois da separação, que ocorreu um pouco mais de dois anos da nossa chegada, foram mais duas, e a última vivemos por quase uma década. Dali,  morei em mais seis! A sensação que tenho é que minha mãe sempre queria mais para a gente. Então, quando o contrato estava perto de vencer, começava a via sacra atrás de outro lugar, e no fim das contas,quando encontrava, ela falava com tanta empolgação que sempre nos convencia.
Quando fiz 18 anos, quis morar sozinha. Aluguei um apartamento e ali fiquei por cerca de dois anos e meio. Esta fase, foi sem dúvida, um marco pra mim. Era a minha casa! O meu canto! Podia fazer o que quiser! Era uma espécie de libertação das frases:
-Filha, custa lavar teu copo?
-Nossa! Acho que você tirou todas as roupas do seu armário pra sair hoje.
E confesso que adorava a idéia de deixar o copo num lugar e saber que ele estaria lá depois de uma hora ou três dias. Me sentia adulta, responsável, madura, afinal o apartamento estava em meu nome e eu pagava tudo. Trabalhava e fazia faculdade na época. Se perguntar aos vários amigos dessa fase, com certeza eles terão muuuiiita história pra contar! Quantas vezes tive aviso de advertência, e a desculpa do barulho sempre era a despedida de uma amiga, ou tantas outras esquecia uma comida na geladeira e a Dani e a Lú brigavama comigo porque já estava azeda...Depois vieram a Izabel e a Marisa com quem dividi o apartamento.Ali, aprendi a cozinhar, a limpar casa, economizar e fazer planilhas de gastos. Foram tantos momentos, histórias que ficaram apenas nas lembranças.
No ano do meu TCC, minha vida estava de pernas pro ar por vários motivos. Naquela época já estava decidida a ir embora de Campo Grande, mas não tinha a mínima idéia pra onde. Por isso, voltei pra casa da minha mãe com a finalidade de juntar dinheiro e amadurecer a idéia. Sabia que ela jamais proibiria de eu ir, mas se eu não a convencesse podia dar adeus aos meus sonhos!
Aquele ano de 2006 passou, apresentamos nosso projeto, fomos aprovadas, veio a formatura e me vi ali com o canudo na mão no fim de Dezembro. Quatro meses depois estava sentada na cama com a minha mãe falando tudo que havia pesquisado naquele tempo. Vi casa, estudo, trabalho, tinha todas as respostas para as possíveis perguntas que ela podia  fazer. Dois meses depois estava embarcando pra São Paulo, mas tinha a sensação que estava indo para o outro lado do oceano..rsrsrs. Muito choro e ansiedade tomavam conta do aeroporto. Então no dia 02 de Junho por volta das seis da manhã, chego em Congonhas. Um dia chuvoso, uma cabeça confusa, mas um sorriso de um abraço um colega que depois veio a se tornar um irmão falando:
-Bem-vinda a São Paulo nega!
Pensei:
-Aqui é minha casa agora!
Depois de alguns anos vivendo com o João, a Ana e mais pra frente a B e a Piá, reecontrei o Fábio (essa é uma longa história que merece ser contada também!). Moramos quatro meses na República do Congo (como chamávamos nosso apartamento e um capítulo a parte da minha vida), e resolvemos procurar nosso canto.
Achamos e no dia 30 de Dezembro de 2009, estávamos assinando o contrato! Era um dos momentos mais felizes! Tinha certeza que era com ele que passaria o resto da vida (ainda tenho essa certeza!). Ali seria a nossa cara, com as  bagunças.Foi ali que descobrimos a Helena, que passei todas as minhas angútias, curiosidades, ansiedade e até medo da palavra mãe, o primeiro chute, náuseas...tudo!
Foi ali que tive indas e vindas frustantes do Hospital achando que Helena estava chegando...
Passado quase dois anos e meio, viemos para Vila Velha/ES com meus primos passar o Ano Novo com a minha mãe, minha avó e meus irmãos, e surgiu uma possibilidade de uma nova casa...
O Fábio teve uma proposta de emprego legal e resolvemos arriscar, e aqui estamos!
Temporariamente moramos na casa da minha mãe em busca, mais uma vez, de uma casa...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

"O mundo vai girando cada vez mais veloz..."

E como gira! Parece que foi ontem que pegava meu canudo! Não foi ontem que chegava "alegre" da minha festa de formatura?! Nãããããõoo!!! O tempo passou...e passou rápido!
Estou com 26 anos e carregando uma palavra que me incomoda diariamente:desempregada!
Sempre trabalhei. No fim do ano, trabalhava no shopping pra ter um dinheiro e não ficar dependendo de mãe. Quando fiz 18 anos, tive a carteira assinada pela primeira vez. Depois, fiz estágios na faculdade, me formei trabalhando. Fui embora de Campo Grande e quinze dias depois estava em São Paulo empregada novamente, e só sai quando tive uma oportunidade melhor e assim, sucessivamente até a descoberta da minha gravidez.
Quando fui demitida estava com uma gestação de quarenta dias e há dez tinha ido para esta empresa, que me proporcionava um salário melhor, mas como estava em experiência me despediram. Confesso que na hora, minha revolta era grande! Se eu tivesse descoberto a gravidez dez dias antes não teria saído do meu emprego anterior, ou podia até ficar calada e continuar trabalhando, mas não, fui honesta.
Depois de sair, onde arrumaria emprego?! Quem daria emprego a uma grávida?! Até porque tem as faltas, as limitações conforme os meses vão passando, a licença...muito custo, trabalho  e dor de cabeça para uma empresa!
Fiz alguns frillas em casa, mas não achei nada certo. Tive minha filha e resolvi amamentá-la até os seis meses. Em novembro fui à caça! Primeiro tentei na minha área, depois fora. Com o fim do ano, me chamaram para trabalhar doze horas de segunda a sábado e alguns domingos também. O sálario? Cerca de R$ 1.000.
Agora entendo como existem mães que deixam filhos em casa sozinhos. Ganharia este valor tendo que pagar a ida e  volta pra casa, meu almoço e a minha cunhada, que tem marido e dois filhos pequenos tambénm, com quem tinha combinado de deixar a Helena.  Largar minha filha mais de doze horas com seis meses só pra ter apenas o prazer de trabalhar? Afinal, com tantos gastos que teria, não me sobraria nem um centavo para dar um presente de Natal a ela!
E desde então procuro, mas não acho! Quando me ligam falam que meu currículo é muito bom para o cargo que pretendo ocupar ou senão falam que estou desatualizada do mercado...Meu Deus! Eu tenho 26 anos e já me acham desatualizada?! O mundo tá muuuiitoo pior do que podia imaginar!Justo eu que sempre trabalhei. Alguns dias acordo me sentindo desprezível, desatualizada e até velha, acreditem! O mercado é cruel, muito mais do que se possa imaginar!
Em pleno domingo desabafo para amanhã começar a saga novamente! Afinal, desistir não faz parte do meu dicionário.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Minha pequena Helena

Quando descobri que tava grávida foi um choque! Tinha acabado de mudar de emprego, fumava e quase que diariamente tomava umas cervejinhas...
Um dia no trabalho comi um pão de batata que não caiu legal no estomâgo, passei mal e fui pra casa. Chegando, o Fábio muuuiito mais esperto do que eu ouviu minha reclamação e disse com toda a calma:
-Má, vamos comprar um teste porque acho que você tá grávida.
A sensação que tive foi uma pancada na minha cabeça.
-Você tá doido? Eu tomo remédio, esqueceu?! É estresse Fá. Trabalhando muito e dormindo pouco.
Ele insistiu:
-Má, você tá com um sono que nunca teve, chorona, tá falando que seu quadril tá aumentando e hoje passou "mal do estômago"...e vem me falar que é estresse?! Tô indo comprar o remédio.
Aquilo caiu como uma bomba! Como eu puder ser tão burra! Justo eu que sempre acompanhei todo meu ciclo, nunca tinha me desligado. Justo este mês, justo um único mês que vinha atrasando os remédios e, confesso, esquecendo alguns dias. Enquanto esperava fiquei numa ansiedade que jamais imaginei senti. Fizemos o teste e naquele minuto de espera, quase enloquecia. Apareceu um risco.
-Tá vendo Fábio. Falei que era viagem tua. Um risco significa que nãos estou grávida.
-Má, olha o exame...
Quando olho, uma risca bem fraca surge. Naquele momento, naquele exato momento entrei em pânico. Parecia um filme com uma personagem que não era eu! Sabia que tava grávida, mas no fundo queria acreditar que aquele teste estava errado. Enquanto minha cabeça rodava, o risco não escurecia. Pronto! Esta foi minha desculpa!
-Tá vendo amor. No exame fala de duas listras fortes e não uma forte e outra clara, dizia isso com uma voz trêmula e um sorriso quase que descontrolado.
Ele, muito calmo disse:
-Má, vou comprar outro pra te acalmar ok?!
No segundo a mesma coisa. Em completo, pânico fiz o Fábio ir a farmácia comigo e pedir uma explicação. Quase aos prantos, conversamos com o farmacêutico que me respondeu:
-Olha moça, se você não estivesse grávida não apareceria risco nenhum, e tem um segundo risco aqui.
Pronto, foi o que eu precisava para entrar em completo pânico! Tinha acabado de mudar de emprego, me achava nova demais, que não era a hora. Liguei pra minha sogra, pra prima dele para ver se alguém falasse o que no fundo eu queria ouvir: que não estava grávida, no entanto, foi o contrário.
Neste momento, respirei fundo e resolvi ligar pra minha mãe. Essa, foi, sem dúvida o momento mais difiícil pra mim: falar pra minha mãe.Quando ela atendeu, enrolava, enrolava e no fim disse:
-Mãe, tenho certeza que tô grávida!
Um silêncio do outro lado da linha, até que ela perguntou porque eu achava isso. Expliquei, e acalmando me disse:
-Filha, calma! Faça um exame de sangue pra ter certeza e fica calma! Eu sei que você não queria filhos agora porque não era o momento, mas você e seus irmãos vieram nos momentos mais impróprios e não me arrepende de nenhum de vocês. Tudo tem sua hora...
Fiquei mais calma, e fui ai que pude perceber o Fábio.
Ele me olhava, com um sorriso no rosto, emocionado e ao mesmo tempo com medo. Eu tinha feito tanta coisas naqueles minutos que não tinha nem falado com ele direito. Quando nos olhamos, rimos felizes, mas em pânico. Será que eu seria uma boa mãe? Meu Deus, uma criança! Um menino? Menina? Eu mãe?!
Fiz o exame e deu positivo. Daquele dia em diante não coloquei um copo de cerveja ou um cigarro na boca. Abandonei minha vida boêmia. Agora era mãe e quando a ficha caiu fiquei emocionada em saber que dentro de mim tinha um pedacinho meu e do Fá.
A cada mês que ganhava peso, minha barriga crescia era uma novidade. Fui mandada embora devido à gravidez, mas não me abalei por isso, ao contrário, aproveitei para curtir aquele momento tão meu. E curti, como curti cada momento.
Com quase cinco meses, descobrimos que era uma menina. O Fábio sempre falava que queria uma mini Mariana: morena, cabelos como os meus, meus olhos, boca...só sem meu gênio!
Até que dia 1º de Maio minha bolsa rompeu. Acordei o Fábio e ele ligou para os pais dele. Havia uma paz inexplicável dentro de mim, uma serenidade e a certeza de que tudo iria dar certo. Já o Fábio, uma pilha! Brigando com médicos, tenso e nervoso como nunca tinha visto. Tive que acalmá-lo. No fim deu tudo certo e as 11:59 Helena nasceu. Ele entrou na sala de parto e repartiu comigo o momento mais lindo. Aquela menininha vermelhinha, cabeluda...tão frágil e ao mesmo tempo tão forte! Dali em diante sei o que é ser mãe e a emoção que é ter um serzinho tão dependente de você. Desse dia em diante, aprendemos juntas...
E hoje, Helena está com nove meses, um dentinho, olhos e cabelos que parecem um pouco os meus, bocas mãos e pés do Fábio, adora uma bagunça e está se acostumando com mais uma etapa da sua vida: a creche.

Vou fazer um blog!

Hoje, acordei às 6:30 da manhã (graças a Helena) e veio na cabeça: vou criar um blog! Mas falando o quê?! Na mesma hora pensei: Sobre a minha vida, simples!
É, mas as coisas não são tãããão simples assim! Falar sobre a gente é algo complicado, difícil chegando até ser doloroso e confuso, porque ou nos criticamos ou nos amamos demais! São poucos que conseguem ter um equilíbrio. Aquele que consegue, sempre faz uma característica ambígua se tornar qualidade, como detalhista . (Será que detalhista é tão ambíguo assim...?).
Mas enfim! Este espaço será sobre vários assuntos, afinal, minha vida é assim e acho que a de todos são! Escreverei sobre o amor que divido entre o jornalismo, minha família e minha filha Helena. Ah Helena...ela foi, sem dúvida, a coisa mais linda da minha vida!
Qual será a próxima postagem eu não tenho a mínima idéia, mas com certeza em algum momento você também vai se achar ou conhecer alguém nas histórias que irei falar aqui!


A partir de hoje começa Os contos de Mariana, um blog de uma mulher de 26 anos, mãe, jornalista, muito bem casada e em busca de tantas coisas!